quarta-feira, 10 de abril de 2013

CAPITAL DAS PENITENCIÁRIAS


      Desde o início dos anos 60, quando o governo do Estado escolheu as até então plácidas e serenas terras da Colônia Ferreira Pena no distrito de Americano, para alí instalar a primeira casa de detenção, deve ter soado, no mínimo como um alerta àquela gente. Hoje são inúmeros pavilhões, cercados por altas muralhas, repletos de detentos de toda a sorte e periculosidade. Dá para imaginar, como se sentem e vivem pessoas, que até os anos 50, jamais imaginavam que dali para frente, a sua tranquilidade não seria como de anos e anos atrás. De lá para cá, passaram-se mais de 50 anos e inúmeros homens públicos, uma grande maioria alheia ao problema, que tal uma bola de neve, se esparramou por aquela produtiva área agrícola gradativamente.
     Homens (e mulheres) que galgaram o poder, cuja principal missão seria a defesa dos direitos do cidadão, porém todos (ou quase todos), sem o mínimo discernimento ou até vontade política, para nos livrar da vexaminosa pecha de a "Capital das Penitenciárias", no território paraense.
      Toda essa gente que ocupou uma ou várias vezes às redeas do município, tem sua culpa maior, pois o pior que a incompetência é a omissão, principalmente quando esta leva ao desconforto ou ao incômodo, de uma grande parcela de cidadãos, que esperam destes, ações objetivas e ativas no sentido de zelar pelo seu bem-estar. Ao invés de permitir-se obras que ninguem desejava, deveriam sim, se esmerarem em realizar projetos substanciais para o engrandecimento desta terra. Pensando melhor, quem nos dera, que quando passássemos por aquelas redondezas, víssemos dezenas de chaminés fabris e não a visão sombria e lacônica de um formigueiro de apenados, que vez por outra escapam, colocando até a cidade em sobressalto. 
     A presunção desmedida de alguns, nos deixa sem possibilidade de termos uma voz representativa na Alepa, quando se candidatam sem reunir capacidade, visão pública e muito menos votos -deixando um campo aberto a forasteiros, que uma vez eleitos, não passam por aqui nem pelos ares, isto é, de avião.Puro provincialismo.
     Seria preciso que muitos aprendessem, que a responsabilidade de ter as rédeas do poder às mãos, vai muito além dos discursos eleitoreiros (por vezes fúteis e vagos), -ela requer do cidadão inúmeros conhecimentos legais e humanísticos, além da conscientização do cargo que se exerce, bem como, um excessivo grau de competência e humildade. Enquanto não nos utilizarmos desses balizadores que norteiam a função de bem governar, teremos mais e mais injustiças e aberrações dessa natureza, que apenas incomodam, sobressaltam o nosso povo e deslustram a imagem da terra em que vivemos.
     Aqui, eleve-se um voto de louvor ao ex-vice-prefeito Keko (apesar de não conhecê-lo pessoalmente) que tomou a soberba decisão de impedir  de forma corajosa e de exemplar izabelencismo, a implantação de mais presídios no nosso município, -porque pelo titular Marió Kató, ainda nos estavam entupindo de casa penais, por todos os poros e lados, até hoje.
     Tudo isto é fruto da inabilidade, do descompromisso e da ausência de senso, de pessoas que muitas das vezes, passam pelo poder, sem perceber que estão prejudicando tantos, a viver. 
      Enquanto o sistema eleitoral permitir brechas á inaptidão, atos permissivistas e inconsequentes como estes, serão corriqueiros. Infelizmente.
 

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